Tem muitas coisas que eu odeio: Futebol, fumaça do cigarro no meu olho, as vozes na minha cabeça, lagartos (animais detestáveis), capricornianos (geralmente pessoas detestáveis), meu corpo, entre milhares de outras coisas. Porém, tem algo que eu odeio ainda mais, e é algo que eu tenho que conviver todo dia. Ela tem nome. Um nome que assusta e dá medo aos mais fracos de espírito. Ela aparece sem avisar, muitas vezes deixa marcas dos mais diferenciados modos. Não brinca com a constância e inconstância. Tem sua própria linha de tempo e de demonstração, ligando um grande “foda-se” para o que você pensa ou quer. Quando aparece, te domina, faz de você submisso, brincando com você, destruindo e construindo a sua história como um jogo de lego, que você passa horas e horas montando algo, para ela vir, pisar em cima, e , simples assim, acabou. Todo aquele imenso trabalho para nada. Lhe deixando ali, desolado, olhando para tudo que você trabalhou, para tentar mudar algo em sua própria vida, acabado. Mais rápido que o som de um tiro. Após ter feito seu trabalho sem falhas, flawless e tão fácil quanto tomar um copo d’água, ela sai, deixando sua marca e a lembrança constante de sua presença. Ignora-se as metárforas nesse jogo que chamamos de vida. É muito mais cruel pensar que, ao invés de termos apenas um jogo de lego destrído, temos na pela, cicatrizes. Na cabeça irrequieta, pensamentos obscuros e eclipsados, tendendo sempre à um pessimismo realista, que irradia uma larga faixa de destruição.
Destruição de vida, de amores, de cores e sabores. Na falta de esperança, não há luz que se abra para vermos que é crível uma saída. Tomam-se por esta, horas, dias, meses e anos, onde não há batalha entre o bem e o mal, apenas ela.
Ela, de nome traiçoeiro e maligno.
Ela. A pior das piores.
Ela. Que antes que você perceba, lhe deixou em pedaços, como as peças de lego.
Ela.
A depressão.