Não é a vida. Ou é? Não pedi por ela. Foi me dada e dita: “Se fode ai meu irmão. Criar tua própria trama e tece sua própria teia”. Ah, maldito seja o dia que eu escolhi ser o espermatozoide mais rápido – poderia ter acabado em uma punheta, mas não –, desde sempre quis ser o primeiro em tudo Um baita de um afobado, que não aguarda o futuro chegar. Eu vou até o futuro enquanto deixo o presente para depois. Lá na frente é tudo mais colorido, brilhante, uma pena que não seja mlehor. Uma pena que ainda exista futuro para ser programado, por todas as curvas que a vida coloca, impondo sua ferocidade para me desmanchar. E sabe o que eu faço? Eu grito. Bem alto e com força: “É só isso? Manda mais! Ainda tenho muito braço pra cortar e muita maconha pra fumar. Você não sabe com quem se meteu, dona vida!”. Ou será que sabe, nobre leitor? Será que a vida sabe quantas vezes, um desgostoso eu, preso na sua própria sujeira, tentou acabar com ela erroneamente para ter um pouco de paz? Seria isso, afinal a paz? O fim? Será que só no final teremos aquilo que procuramos durante anos à fio. A calmaria sempre passageira, aparece de tempos em tempos, apenas para nos deixar com a vontade de querer mais desse inconstante sentimento de paz. Uma inconstante que é constante e aleatória, e que nos deixa sem o prazer.
Nos deleitar na fuga imaginária de um mundo inexistente e in-crível, onde não exista nem mocinhos ou vilões, apenas personagens aleatórios que entram e saem, nos marcando com ferro à fogo, para jamais nos esquecermos do que a vida é capaz. Ela coloca, mas tira a hora que quiser. É isso, meu caro rosto anônimo na multidão, a vida não tem regras, e quem a desafiar nesse jogo de viver, vai ter que entrar sabendo de uma coisa: Mais cedo ou mais tarde você vai perder, e a dor da perca só pode ser explicada com a expressão “dói mais que um chute no saco dado com bota”. E isso não é nem um décimo do que eu vivo agora. Enjaulado, enclausurado nessa masmorra que foi posta – ou melhor, imposta –. Trágico, assim como Romeu e Julieta. Trágico, assim coo as invenções de um 11 de Setembro.
Trágico assim como 27 de Junho de 1994, onde entre uma forte chuva e um gol de copa, aquele trágico nascimento.
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